Fernando Cunha (Reprodução)

Precisamos de um novo aeroporto que possibilite decolagens de aeronaves de qualquer porte

Recentemente, foi implantada a Região Metropolitana de São José do Rio Preto com 37 municípios, população de aproximadamente um milhão de habitantes e cerca de R$ 40 bilhões de produção econômica anual.

Para prestar assessoria técnica no diagnóstico e elaboração de planos para o desenvolvimento da RMSJRP, o Governo do Estado contratou estudos da FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

Na análise que trata da dinâmica econômica, foi identificada a pouca escolaridade e os baixos salários na RMSJRP, o que observo que decorre da falta de diversidade da industrialização da região, cuja concentração maior está nos produtos alimentícios (55%). Entendo que o fator determinante para tal realidade é a fraca e limitada infraestrutura logística da região e por isso, penso que deveríamos priorizar projetos que equipem melhor a RMSJRP sob o ponto de vista logístico, a fim de fomentar novas produções industriais.

No sistema rodoviário, considerando a bem encaminhada duplicação da BR-153, bem como as melhorias e ampliações da Washington Luís, resta viabilizar a duplicação da Assis Chateaubriand ao longo do trecho que atravessa a RMSJRP, mas também com extensão até a Anhanguera, em Miguelópolis, além da Marechal Rondon em Presidente Prudente.

Com relação ao sistema ferroviário, que praticamente passa por toda a RMSJRP, mas tem provocado efeitos socioeconômicos negativos e em quase nada contribui com os municípios, proponho demandar a implantação de um pátio logístico intermodal rodoferroviário, bem como estabelecer sistema ferroviário permanente para transporte de contêineres, conectando a região com o Porto de Santos e a Grande São Paulo, viabilizando a competitividade no segmento logístico.

No aeroviário, a RMSJRP conta com o aeroporto regional de São José do Rio Preto e vem atendendo o noroeste paulista nas últimas décadas, mas é necessário olhar para os próximos 30 anos, como ocorreu em Campinas, onde Viracopos tem sido uma mola propulsora do desenvolvimento dos municípios do entorno, como Jundiaí, Indaiatuba e outros. Por aqui, precisamos de um novo aeroporto sem limitações físicas, que possibilite decolagens de aeronaves de qualquer porte e com capacidade de combustível máxima para voos de longa duração, seja para passageiros ou cargas.

Um novo aeroporto deve oferecer também condições ilimitadas e oferta de áreas para implantação de indústrias e serviços, como instalação de grandes centros de distribuição. Portanto, ou fazemos na RMSJRP ou qualquer cidade de outra região metropolitana fará, e novamente a nossa ficará à margem do crescimento econômico e social das demais regiões do Estado.

Devo esclarecer que foram feitos estudos por consultorias técnicas, os quais apontaram que nos limites geográficos de Rio Preto não existe área disponível para um novo aeroporto nas condições mencionadas, portanto, precisa ser localizado em um município próximo. Desta forma, nos restou caminhar com as prerrogativas e competências legais municipais e, assim, buscamos e conseguimos a outorga do governo federal para implantar nos limites de Olímpia, e o mais próximo a Rio Preto, mas com intuito de atender uma demanda estruturante para o crescimento econômico de toda a RMSJRP.

Assim, com a estruturação de uma logística regional atrativa, associada à localização já privilegiada da região, a tendência é que o desenvolvimento econômico cresça ainda mais e gere progresso aos municípios e qualidade de vida para as pessoas.

Fernando Cunha, Prefeito de Olímpia e vice-presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de São José do Rio Preto